A pandemia de Covid-19 pegou muitos profissionais autônomos desprevenidos e, na área de saúde, por estarem lidando na linha de frente da batalha, o impacto foi muito maior. Com afastamentos para tratamentos, proibição de atendimentos em consultórios e inúmeros outros fatores, talvez esta pandemia, com todos seus efeitos nefastos, tenha sido o exemplo mais dramático da importância da manutenção de uma reserva financeira de emergência.
“Mas o quê, afinal, é uma reserva financeira de emergência?”
Bem, é a reserva necessária para se fazer frente aos custos do dia-a-dia quando, por qualquer motivo, você deixar de gerar receitas. É ela que vai pagar, por exemplo, o aluguel, a prestação do carro ou a escola das crianças, se você quebrar um braço e tiver que ficar 2 meses sem fazer uma cirurgia, ou quando começar a atender por um novo plano de saúde e só começar a receber pelas consultas 3 meses depois.
Creio que já deu para ter uma boa ideia da importância da Reserva de Emergência, correto? Ela deve ser sua principal meta financeira, antes de qualquer investimento ou quitação de dívidas. Ela que vai te dar tranquilidade quando aparecer algum imprevisto.
“OK, mas como construir minha reserva?”
O primeiro passo é levantar quais são seus gastos regulares mensais: supermercado, escola, vestuário, combustível, impostos, seguros, funcionários, enfim, tudo! Sua reserva deverá ser suficiente para cobrir, no mínimo, 6 meses desses gastos.
“Entendi, e qual o melhor lugar para deixar esse dinheiro guardado?”
Sua reserva de emergência tem que ter duas características imprescindíveis: risco baixíssimo e altíssima liquidez. — Liquidez é, digamos, a velocidade com que você consegue transformar o investimento em dinheiro vivo. Por exemplo um imóvel tem baixa liquidez, já dinheiro em conta corrente tem altíssima liquidez— Assim, os investimentos ideais, no cenário atual do Brasil, são Tesouro Selic no Tesouro Direto ou Fundos DI com liquidez diária no seu banco preferido. —Atenção: é importante sempre olhar a taxa de administração do banco. Escolha o fundo com a menor taxa que você tiver acesso.
“Mas Juliano, com essa taxa de juros baixíssima de 2% ao ano, fora impostos e taxas de administração ainda vale a pena deixar a reserva de emergência nesses fundos?”
Sim, vale. Lembre-se que a reserva de emergências é seu colete salva-vidas, seu objetivo não é ganhar mais dinheiro com ela ou crescer seu patrimônio. Você precisa que ela te dê apenas segurança e liquidez e, para aumentar seus rendimentos, você teria que abrir mão de uma ou da outra, ou geralmente das duas, o que você não quer de jeito algum…
Então, já está pronto para começar a montar sua reserva?